21 de janeiro de 2022
Com profunda tristeza, a UCP se despede do desembargador Antônio Izaías da Costa Abreu, que morreu na última terça-feira (18.01). O magistrado não apenas se formou na Instituição, em 1964, como também integrou o corpo docente da Universidade, tendo lecionado Direito Civil e Direito Penal por quase 20 anos.
Perto de completar 90 anos de idade, o desembargador era natural de Bom Jesus do Itabapoana, mas adotou Petrópolis como sua terra querida desde 1959, quando aqui chegou. Na Cidade Imperial morou até 1980, quando se mudou para o Rio de Janeiro por questões profissionais, mas mantendo sua habitação na cidade serrana.
Além da sua dedicação ao meio acadêmico, também foi autor de diversas e valiosas obras, como A morte de Koeler – A tragédia que abalou Petrópolis, publicação esgotada, dentre tantas outras. O Desembargador Izaías também era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), das Academias Petropolitanas de Letras (APL) e de Educação (APE), associado emérito do Instituto Histórico de Petrópolis (IHP), além de diversas entidades nacionais e estrangeiras.
O magistrado foi agraciado com inúmeros títulos e comendas, em reconhecimento por toda uma vida de dedicação ao Direito e à História. Pelos pares, sempre foi muito querido, como expressou o amigo e colega de profissão, o juiz Enrico Carrano, também membro da APE e do IHP.
“Antônio Izaías da Costa Abreu encarnou um modelo de humanista que já praticamente não existe mais. Como magistrado, homem de cultura e do seu tempo, sempre esteve em sintonia com o Mundo, não circunscrevendo conhecimentos ao campo exclusivamente jurídico, senão ampliando-os para todos os segmentos do saber das Letras e da História. Falávamos quase todos os dias, conversas intermináveis. Ensinou-me muito. Da última vez, véspera da morte, debatemos sobre as “Reflexões” do prof. Esmeraldino Bandeira, publicadas pelo insigne penalista em 1928, que eu li para ele ao telefone; e Izaías me disse, a propósito: A gente não pode nunca ser pessimista; temos de ser otimistas sempre, até o fim”, diz trecho do texto do magistrado em homenagem ao amigo.