31 de março de 2025
Na noite da última sexta-feira (28.03), o curso de Pedagogia da UCP promoveu um debate relevante sobre ansiedade e burnout na docência – uma atividade faz parte do PAE do curso. O encontro, que aconteceu no Auditório do Campus Dom Veloso, foi com o médico psiquiatra Thiago Coronato Nunes que apresentou aos estudantes os altos índices do transtorno e da síndrome, mostrando que 1/3 dos profissionais têm risco de entrar em burnout durante a profissão, e propôs uma reflexão sobre a razão desse problema social e possíveis estratégias de enfrentamento.
“De alguma forma a gente precisa começar a conscientizar determinadas condutas que os futuros docentes podem ter durante a carreira para não entrar nesse processo de estresse que envolve especificamente o trabalho”, comenta Thiago Coronato Nunes ao explicar que apesar do alto índice da síndrome, que é causada obrigatoriamente pelo trabalho, é possível não ser afetado pelo Burnout.
“Isso é possível, porque o Burnout depende do ambiente, de fato. Se a instituição trabalhar bem em determinados processos, ele consegue prevenir o Burnout do seu professor. A instituição consegue ter medidas preventivas. E no próprio professor, ele tem que aprender determinadas condutas para que ele não se sobrecarregue de forma a adoecer, vinculada ao trabalho. O Burnout é um adoecimento que tem um vínculo específico de trabalho. As pessoas que falam, por exemplo, eu estou com o Burnout em casa. Esse termo não poderia ser dado dessa forma”, pontua o médico psiquiatra.
Ele apresenta, ainda, ações e condutas que o profissional pode tomar para evitar adoecer, como praticar atividade física, meditação, uma boa alimentação, uma boa noite de sono e não levar trabalho para casa
“Se a pessoa tem resiliência; se tem um modo de trabalho; uma forma onde ele não se sobrecarrega, ele não vai adoecer dessa forma. E aprender a separar o que horário de trabalho, quando ele sai dali, você vira uma chave e vai viver outras coisas. Então conseguir separar as coisas e não viver o tempo inteiro fundido para a profissão. São essas dicas. Não esquecer o que o levou a ter um apaixonamento de escolha. Porque a paixão que a gente tem pela profissão é um fator de proteção. E as pessoas, às vezes, vão esquecendo os motivos que levaram aquele tipo de trabalho”, frisa o médico psiquiatra.