16 de setembro de 2025
Doutora pela Universidade Federal Fluminense (UFF), a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UCP, Profa. Dra. Érika Machado, teve sua tese de doutorado indicada a dois prêmios: um pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFF e outro pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Concluída no ano passado, a tese sobre Petrópolis com o título A Paisagem-Patrimônio Transcultural do Conjunto Urbano-Paisagístico do Plano Koeler, Petrópolis, RJ, foi indicada ao Prêmio da UFF de Excelência 2025 na categoria de teses de doutorado acadêmicas. A iniciativa visa reconhecer os trabalhos de destaque defendidos nos Programas de Pós-Graduação da instituição, nas grandes áreas de conhecimento – Saúde, Exatas e Humanas -, e estimular a busca pela excelência.
Assim como a UFF, o Prêmio CAPES de Tese também busca o estímulo pela excelência ao reconhecer os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos no Brasil por originalidade, relevância ao desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação e o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato.
O trabalho da professora e pesquisadora da UCP explorou um olhar mais detalhado sobre a rica arquitetura da Cidade Imperial.
“A pesquisa permitiu leituras renovadas das formas sociais de apropriação espacial, buscando valorizar Petrópolis e incentivar a ampliação de pertencimentos por diversas etnias formadoras da cidade, enfatizando as mesclas de outras referências culturais da formação do município, com as de origem imperial e alemã, as que recebem mais destaque. Um dos pontos mais relevantes foi destacar a simbologia Adinkra – que é uma linguagem africana ancestral – como componente inerente a esse conjunto – identificada por mim em mais de 590 imóveis apenas da área central de Petrópolis”, explica Érika sobre o processo que resultou em belas descobertas.
“Isso mostra que a arquitetura considerada somente europeia da cidade é muito mais que isso. É única, dada essa composição dos símbolos africanos em portões, portas, móveis, grades, azulejos, pisos, etc. A inovação está no conceito de patrimônio transcultural aplicado a bens tombados na fase inicial (1937 – 1967) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), cuja ênfase histórica e estética pautou as extensões da proteção nos anos 1980. Esta proposta incentiva reflexões e possíveis outras reinterpretações do que é o patrimônio edificado brasileiro”, pondera.
Com experiência de sua passagem pelo Escritório Técnico da Região Serrana do IPHAN, de 2010 a 2014, somada a 14 anos em sala de aula, Érika decidiu não apenas abordar o tema na sua pesquisa, mas aprofundar o conhecimento para ampliar sua perspectiva sobre esse campo.
“Nas aulas anuais de história da arquitetura e urbanismo, em visitas guiadas pelo Centro Histórico de Petrópolis, vivenciei o Centro Histórico potencializando conexões entre a cidade e os alunos, pois vários se encantam a partir de leituras sensíveis e da apresentação a fatos antes ignorados”, comenta a docente que se sentiu ainda mais realizada pelas indicações.
“Foi com imensa surpresa e alegria que recebi essas indicações, superando tantos desafios nessa trajetória. Ter essas indicações no currículo é uma forma de comprovar a boa qualidade do corpo docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da UCP que, além de mim, tem mais dois professores recém-doutores – os arquitetos Alline Serpa e Jaime Hidalgo, além da Profa. Ana Kyzzy Fachetti que defenderá sua tese em breve e a Profa. Layla Talin, doutoranda no momento”, destaca.