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Curso de Pedagogia da UCP promove encontro com docente que leciona em prisões para compartilhar sua experiência
12 de abril de 2024
Nesta quinta-feira (11.04), a série Encontro com os mestres, promovida pelo curso de Pedagogia da UCP, abordou um tema de extrema importância e de interesse dos próprios alunos, que foi sobre educação nas prisões. O evento recebeu a docente Juliana Luíza Pinto dos Santos Teixeira, que há 13 anos leciona em turmas dos colégios pertencentes ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro, para falar sobre a sua experiência. O bate-papo aconteceu no Salão Nobre do Campus Dom Veloso.
“Estou aqui para falar um pouquinho sobre a educação em prisões, que é um tema que precisa muito de visibilidade. Eu, na minha experiência particular nas prisões, vejo que quase ninguém sabe que nós temos escolas. Cada presídio tem a sua unidade escolar. Isso não é falado. E nós temos muito a crescer e a acrescentar comentando um pouco da rotina, um pouco das permissões. Porque é uma educação que está totalmente vinculada à Secretaria de Segurança. Então, nós temos uma série de empecilhos e restrições”, comenta Juliana contando um pouco sobre como funciona a rotina que tem um propósito transformador.
“Para resumir tudo, nós temos uma educação dentro de um sistema super hostil, em que as pessoas sequer relevam a situação da ressocialização, que eu nem gosto de usar esse termo. Prefiro falar sobre a ressignificação, porque eles passam um período ali dentro. E eles vão sair dali. O objetivo da educação lá dentro é dar um novo significado para aquela passagem. Eles não podem sair piores, eles precisam sair melhores. Não temos prisão perpétua. Eles vão sair em algum momento. E o trabalho ali dentro da educação é justamente esse”, defende a professora que acredita poder extrair o melhor deles.
“Claro que pegamos turmas de vários segmentos. Mas a maioria deles são alunos que foram evadidos e eles estão tendo uma segunda chance. Estamos ali para tentar resgatar um pouquinho de humanidade e a gente encontra. Só precisa dar aquele toque para desenvolver, aflorar, acho que essa é a palavra, a sensibilidade deles”, disse.
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