13 de novembro de 2023
Na última sexta-feira (10.11), uma série de palestras com especialistas de diversas áreas do conhecimento e profissionais que atuam na investigação de homicídios compartilharam suas vivências e expertise no III Simpósio de Tendências em Ciência Forense da UCP, que aconteceu no auditório 3 do Campus Dom Cintra. O evento debateu o tema buscando apresentar à comunidade a importância do trabalho em ciência forense e, também, novas técnicas de investigação, além de promover a discussão de temas biomédicos e jurídicos relacionados.
“Acho que o evento está se estabelecendo realmente como um evento de Ciência Forense na UCP. Já é o terceiro ano que a gente faz isso, nesse contexto do PAE (Projetos e Atividades de Extensão), numa proposta de abrir a discussão e o conhecimento produzido na Universidade para a comunidade em geral. Acredito que esse ano foi também muito importante, pois não tivemos só alunos da Biomedicina, mas alunos de outros cursos e até de outras instituições”, comenta o professor Rodrigo Grazinoli, que idealizou o evento e organiza com a colaboração dos alunos da disciplina.
“Tão importante quanto, a gente teve a colaboração de profissionais que atuam na área de ciência forense de modo geral, mas em diversas instituições e áreas de conhecimento. Tivemos um psiquiatra forense, uma delegada de polícia, peritos criminais, perito papilocopista da Polícia Civil. Então isso é uma discussão interessante que se abre para os nossos alunos e para a comunidade em geral. No final tivemos uma mesa redonda e acho que foi muito interessante, porque a gente tinha perspectiva inicialmente de discutir investigação de homicídio, mas acabou indo para outro lado e ficou muito interessante”, conta Rodrigo sobre a discussão que se ampliou a outras questões importantes na temática.
“Tivemos a participação do psiquiatra forense e isso gerou muita curiosidade por parte do pessoal que estava assistindo e acabou norteando um pouco das discussões da mesa por esse lado da psiquiatria, que é algo que chama a atenção de modo mais geral. Não só a questão forense, mas até a questão clínica. Foi uma discussão também do papel da psiquiatria no cuidado dos profissionais de segurança. Não esperava ir por esse lado, mas acho que foi muito importante”, explica Rodrigo, que também é perito criminal da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro, e destaca a rica contribuição dos profissionais ao dividirem com os estudantes e público a sua bagagem profissional.
“Foi um momento até em que os profissionais de segurança que estavam ali, delegados de polícia, perito criminal, perito papiloscópico, puderam também acabar se expondo, num sentido bom da palavra, mostrando suas fragilidades, as limitações do trabalho, os problemas que esse trabalho pode trazer e, de alguma forma, sobre orientação do médico psiquiatra que deu respostas. Isso foi importante também para mostrar esse mundo real para os alunos”, disse o professor ao falar sobre a abordagem real do trabalho policial.
“Às vezes, o aluno cria na cabeça dele toda uma ideia glamorosa que vê nos filmes, por exemplo, do trabalho de investigador, de perito, do trabalho policial, no caso da Biomedicina, sobretudo, de perito. Mas não tem a percepção da vida real, das limitações, dos problemas, das dificuldades do trabalho. Então, para mim, a despeito de não ter sido inicialmente a proposta, mas o encaminhamento da mesa redonda nesse sentido de acabar discutindo um pouco da saúde também desse trabalhador policial, da investigação foi muito interessante”, afirma o docente.